segunda-feira, 19 de julho de 2010

Se arrependimento matasse...

Eu não teria bebido litros de coca-cola
Eu não teria comido aquele delicioso bolo de chocolate recheado com chocolate e com cobertura de chocolate
Eu não teria desanimado com a caminhada
Eu não teria me controlado por tanto tempo
Eu não teria controlado toda a minha raiva
Eu não teria hesitado em usar um termo chulo
Eu não teria parado para escrever bobagens
...
Se arrependimento matasse, eu não teria medo de errar tudo outra vez. Como diria meu boy: "- O erro que não mata ensina."
É isso aí!

domingo, 11 de julho de 2010

Nada tenho, vez em quando tudo
Tudo quero mais ou menos quanto
Vida, vida noves fora zero
Quero viver, quero ouvir, quero ver
(Zeca Baleiro)

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Juro que tentei me conter. Juro que novamente quis que o orgulho simplesmente me desse firmeza. Quis que esse movimento de sentimentos parasse de querer transbordar. Foi inevitável: As lágrimas se concretizaram.
Pude ver que além dos erros havia um sentimento genuíno. Um esforço tamanho capaz de, verdadeiramente, me comover. Não foi a raiva, não foi o recentimento.
Perdoe-me, eu sou medo. Medo de ser, por outra vez, a idiota e a chata. A enganada e a mentirosa.
Quantas vezes chorei, mordi meu travesseiro, fiquei sem ar, solucei madrugada adentro?! Quantas vezes sofri por amor e por ciúme?! Quantas vezes me decepcionei por não achá-lo, por ouvir o que ouvi?!
Quantas vezes você me fez sorrir, me fez despertar, me fez sonhar, me fez tão feliz?!
Quantas vezes amparou as minhas lágrimas, ouviu meus desabafos, me deu conselhos, me deu ombro?!
Sou várias em uma só, uma luta interior. Sou envolvida com o meu exterior. Sou afetada e afeto.
Agora não me importo com o que ninguém vai pensar.
Essa é a explicação:
Eu o amo.
Com tudo o que está na sua cabeça, deixo de tentar nadar contra maré, deixo o risco de piorar, deixo o meu eu louco. Abandono as esperanças e toda e qualquer culpa de não ter tentado. Todo o passado de erros seja, enfim, enterrado.
Assim seja!

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Bagunçou o cabelo. Já estava cansada daquela posição e daquelas tentativas. Era quase impossível sair de onde estava quando sentia não ter a inspiração necessária. Como iria falar de campos e rosas se estava respirando o mais poluído ar de cidades urbanas?! Não, não. A ideia não era sonhar, mas realizar. Portanto, se alguém quisesse algo de carinho, que lhe desse carinho antes. Se quisesse algo de amor, que lhe desse antes. Não conseguiria passar o que não tinha... Embora a vontade fosse real, teve a certeza que não queria expor-se a tal... Muito seu...

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Respirou fundo, bem fundo. E mais uma vez. E outra. O tempo cura. Ainda que o horizonte não permitisse enxergar a salvação, sempre soube que ela estava ali, à sua espera.
Assim seja!
Tolice ficar à espera. Tolice tentar pegar naquele objeto que dá choque. Tolice pensar que o tempo vai mudar alguma decisão...

??

Apesar de todo o receio, os cuidados não foram suficientes. Imaginando a fragilidade de um coração e encaixando-a em você, não fui ainda capaz de não ferir. Imaginando o meu coração esmagado e frio pelas cicatrizes, não consegui sentir o calor daquelas batidas.
Assumindo que em mim começava a passar uma nova corrente de carinho, quis entregar-me novamente aos sentimentos. Pouco a pouco, passo a passo, acreditei entrarmos na mesma sintonia. Ruídos exteriores não mais me impediam de sonhar, de acreditar que daria certo. Cada dia era pouco e muito ao seu lado.
A noite simbolizava a agonia, a espera eterna, o anseio. E outra vez lá estava você. Aquela expressão séria. Meu deus, como queria saber o que se passava naquela cabecinha. Percebi que não mais consegui fazê-lo sorrir, ou acreditei piamente nisso pelo número de vezes que você sorria e brincava com outro alguém, deixando-me em segundo plano. Invadida por ciúmes, tinha surtos e começava a escrever, mas logo amassava aquelas palavras. Não me agradava a idéia de paralisar o meu desespero. E lembrava-me da sua liberdade, e minha conseqüente raiva por estar cada vez mais presa a você.
Quanto desejei desaparecer ou tudo que estivesse ao meu redor explodisse não sei, mas tomou muito do meu tempo. Penalizava-me pelo desejo e me deleitava na sua presença. Ódio e amor. E assim foi seguindo...
Tudo em mim queimava, era muito forte, demais para mim. Chegava a pensar que, em algum momento, algum dos dois teria que se manifestar de verdade, algo mais concreto. Chegava a pensar que meus sonhos indicavam bons presságios. Enganei-me. O tempo passava e ambos ficávamos mais impacientes. Em mim, a confusão era mestre. De um lado, o passado insistia em compor o meu presente. De outro, um doce amargo. Mas não me importava, eu já tinha escolhido o lado. Então segui com meus passos.
Um dia especial, uma oportunidade à vista. No segundo em que pensei que subiria ao céu, fui lançada ao inferno. Um frio tomou conta, revirou-me o estômago, subiu e parou na garganta. Mais segundos passaram e eu tentei disfarçar minha falta de ar.
Não sei como agüentei, não sei como, mas o fiz. Minutos eternos, meio sorriso mais falso que nota de 3 reais. Pedi licença ao grupo e me retirei. Com alguma energia do além me arrastei pelas escadas. Parecia complô. Entrei no banheiro e tranquei a porta. Fiquei um tempo, que nem querendo saberia contar, me encarando no espelho. Minha visão ficou embaçada pelas lágrimas e meus olhos começaram a ficar avermelhados. Enxuguei com raiva aquele líquido. Como pude ser tão burra?!
Marchei rumo ao grupo disposta a aparentar que estava tudo bem. Pedi novamente licença e liguei para uma amiga. Estava indisposta (e não a culpo, se quebrei a cara e/ou coração, o problema é unicamente meu!). Fiz outra ligação, buscava alguém que pudesse me levar dali. Voltei e conversinhas, conversinhas, conversinhas...
Ao encostar minha cabeça no travesseiro, fui invadida por mais tristeza. Perguntava-me qual fora meu erro, por que tinha evitado ver a verdade que se evidenciava. Por quê?!
Amanheceu e eu continuava revendo todos os fatos. Cheguei à conclusão de que só tinha um caminho a seguir. Eu iria contra minhas promessas, contra mim mesma se optasse por esse caminho. Relutante, agi contra minha vontade. O tempo é pai de muitas proezas e, à medida que passava, fui cedendo. Permiti ligações, permiti encontros, permiti falsas juras (que já tinha ouvido tantas vezes) até permitir o primeiro roçar de lábios. Fraca o bastante, aceitei outra vez o pedido.
Eu negava estar me destruindo, negava minha fraqueza, negava a vingança, neguei os fatos que queria esquecer. Toda essa farsa era capaz de me justificar alguns instantes, quem sabe horas.
Por mais que tentasse me focar em coisas que ocupavam minha mente, você sempre estava lá. Na mente, em presença. Era comum eu me pegar o observando. Era comum passar toda a história em segundos, só olhando para você. Era comum respirar fundo. Aí você me surpreendia, os olhares se cruzavam e, envergonhada, me odiava por segundos.
Às vezes conversávamos. Eu juraria sentir que a vontade de dar continuação queimava também em você. Logo aparecia o orgulho. E a dúvida. Na sua pista havia a autonegação. Garoto, para que tanta complicação?! Nunca entendi, mas sempre agi em conjunto.
Ninguém sabia nem devia saber que, por vezes, tínhamos longas conversas. Nessas, deixávamos escapar doses da nossa essência, misturada ao sentimento...
Tempo, tempo, tempo. Influenciou. Eu já não sentia mais raiva ou estava chateada. As chamas que ardiam diminuíram consideravelmente. As sensações ficaram tênues.
O sentimento se assemelhava à batida de um relógio. Era quase imperceptível, mas rodava incessantemente. Estando ao seu lado, meu mundo se perdia em silêncio e as batidas se manifestavam com mais força, com mais vontade. Chegavam a ser gritantes. Mudavam o ritmo do meu coração. Os detalhes que eu apreendia me acompanhavam e, seguindo o ritmo dos ponteiros, se insinuavam na minha mente, onde quer que eu estivesse, em qualquer hora do dia, da noite.
Na tentativa de me esvaziar, tentei imprimir no papel o meu caos interior.
Quiero pensar que se puede cambiar
La luna llena por el sol
En un eclipse total.
Se fue como el viento
¿Por qué acabo?
Belinda