terça-feira, 22 de setembro de 2009

Eu não quero acreditar. Eu consigo, mas não quero. Simples assim: Não quero acreditar que ela se foi!!
Não quero acreditar também que não fui lá ver o seu corpo frio e sem vida. E não quero acreditar que ela não acordou dizendo "- Gente, eu estou viva! Eu sobrevivi".
Minha cabeça prefere repassar os momentos que tivemos juntas, as vezes em que rimos, que discutimos pontos de vista, que falamos mal do colega ao lado e o quanto fulano tinha mudado.
Eu não quero acreditar que depois de tanto sofrimento por alguém que eu nem tinha lá tanta intimidade, estou sofrendo pouco mais.
Eu não quero. Não quero me obrigar a pensar no que tem depois disso. Depois dessa fase (fase mesmo?!): A Morte!
Morte, morte, morte, moras ao lado e não sabe dar avisos!!
Nas últimas vezes que a vi, ela estava me elogiando. Dizia: "- Nossa, como você está bonita. Mudada! Quero um amor desses também!!".
Sério, alguém tem alguma palavra que amenize essa dor?! Porque agora ela está mais próxima. Está aqui. E eu sinto medo. Outra vez, quero não pensar que pode acontecer outra vez. Melhor: Acontecerá outra vez! Não sei quando, não sei quem. Mas vai doer.
E hoje, que estou ferida, não quis impedir que esse líquido salgado rolasse por meu rosto.
Homenagem a Ana Rodrigues, estudante de administração que faleceu ontem, depois de quase um mês em coma.

sábado, 19 de setembro de 2009

A vida é


Sozinha (ou quase). Relativo. Há pessoas aqui, mas é como se estivesse só, pois mesmo mantendo a comunicação, não há sintonia de ideias, de sentimentos. Há coincidência, não sintonia.
É estranho aceitar que tudo pode acabar num estalar de dedos. Algo do tipo: Você dá um tchau para seu irmão que às 7:00 da noite vai, com um amigo, a uma boate. Então, às 2:00 da manhã, alguém liga para sua casa avisando que ele morreu num acidente de carro. E mais: Se usasse o cinto de segurança ou se não estivesse bêbado guiando o carro, poderia estar vivo. Estranho, não?!
Mas é assim, triste. Acabou. Rápido como o ponto seguinte. E ninguém se preparou. Ninguém está preparado. E não há preparação. Particularmente, não há nem mesmo aceitação.
Talvez haja até modelos para amenizar certas dores. Entretanto eles não funcionam 100%. E a dor não dará paz. Estará sempre ali, ainda que caia num breve esquecimento, esperando sua atenção. E é assim. A vida é.
"Nascer, crescer, se reproduzir, morrer."
Sinceramente, espero que haja algo por trás disso.
(Esse texto é uma homenagem a Breno Pinheiro Madureira, universitário de 19 anos, que faleceu semana passada num acidente de carro)

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Debilitada e sentindo a saudade que voltava a invadi-la como se as comportas de uma represa tivessem sido abertas, levantou-se atrás de uma melhora. Em sua cabeça, as obrigações bailavam e bailavam; Tentava-se ainda ignorar tais.
Andando em círculos num curto espaço, buscou algo maior. Algo que pudesse fazer com que aqueles sentimentos excessivos fluissem calmamente.
Um lugar mais arejado, um quintal. Aquele pôr-de-sol foi diferente. Uma respiração funda, uma lembrança.
Paz