segunda-feira, 11 de abril de 2011

Às manhãs sussurrei o quanto sentia. Presa em vestes quentes não me permiti tentar o frio. Pela janela observava a luz tomando a cidade. A bela visão, no entanto, enganava. A dor estava presente. O frio era certo. Termômetros por ali diziam a verdade. De uma hora para outra, tendo em vista tal antagonismo, surtei e ousei. Desprotegida saí em busca do real, queria-o em mim. Pelo atrevimento, fui castigada. As pontas dos dedos começaram a formigar, lábios ficaram roxos, dentes se batiam. Gargalhadas soavam em minha mente. Os olhares deferidos eram de zombação. Senti-me mal, extremamente mal. Dei-me conta de que a dúvida era o preço da segurança e que, no final das contas, seria inútil ter certeza. Não poderia confiar. Sozinha, senti o frio ainda mais frio. Conscientizei-me de que poderia morrer ali. A postura a ser tomada ditaria o fim da aventura...

Um comentário:

  1. Adorei a maneira e o cuidado em que sita os detalhes. A combinação com parte da letra de uma música ficou interessante, por pouco e eu não notaria tal semelhança.

    Parabéns é um lindo Texto.

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Exercitando a mente.